Os índios já utilizavam o Rio Tietê como meio de sobrevivência e comunicação entre outras tribos, mesmo em pequenas distâncias, desde antes do descobrimento do Brasil, naquela época o rio já era uma verdadeira estrada d'água. Em relatos mais recentes de parentes de navegadores e de registros mantidos no Museu de Barra Bonita, no início do século XX, vários tipos de mercadorias já eram transportados entre diversos municípios do médio Tietê. Como maior exemplo, os barcos a vapor, Visconde de Itu e Souza Queiroz, transportavam o café da Fazenda Porto (a maior produtora de café de nossa região), até os armazéns localizados ao lado da Ponte Campos Salles, onde atualmente encontra-se o Hotel Beira Rio. E assim, quando a Maria Fumaça passava por Barra Bonita, todo o café estocado era carregado e transportado até o Porto de Santos, onde o mesmo era exportado, em sua maior parte, para a Europa. Entre as décadas de 50 e 60, o engenheiro Catulo Branco planejou para os rios Tietê e Paraná uma série de barragens, tanto para a geração de energia quanto para o aproveitamento dos imensos lagos, provocados pela construção das usinas hidrelétricas, possibilitando a navegação e interligação entre o rio Tietê e o rio Paraná, através das Eclusas.
Vimos que o transporte hidroviário tem sido usado desde a antiguidade. Mas o registro que consolida a entrada do “governo” na história da hidrovia Tietê-Paraná se dá com a oficialização da Marinha em Barra Bonita que se iniciou em 26 de março de 1973, com a assinatura do decreto nº 71.991 pelo então Presidente da República Emílio Garrastazu Médici, e consolidou-se com a instalação da Agência da Capitania dos Portos do Estado de São Paulo em 16 de março de 1980. A Portaria Ministerial nº 0845 de 27 de dezembro de 1994 formalizou a criação da nova Capitania de 2ª classe, ativada no dia 18 de dezembro de 1995, denominada Capitania Fluvial do Tietê-Paraná (CFTP).A evolução do transporte marítimo acompanhou o progresso tecnológico e científico, as mudanças sociais e econômicas das comunidades, as demandas dos mercados.
Mas o que há de errado que não se percebe uma utilização maciça desse modal, porque ele nem é cogitado entre os agentes de carga? Vamos procurar responder a essa e outras perguntas nas próximas semanas !
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