quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Embarcações "Padrão Tietê"



      


A navegação neste trecho da hidrovia exige a transposição de cinco eclusas e nove pontes. Estas transposições são realizadas com desmembramento do comboio para permitir a passagem do mesmo. As dimensões das eclusas são os limitadores das dimensões do empurrador e das balsas.
Atualmente os comboios tradicionais (padrão Tietê) que operam neste trecho são compostos por um empurrador de no máximo 20 metros de comprimento com propulsão convencional com duas linhas de eixo e quatro balsas de 60 metros de comprimento em uma composição 2x2. Ao passar pelas eclusas e pontes, o empurrador leva duas balsas, e então retorna para buscar as balsas remanescentes, respeitando as dimensões das eclusas e regulamentos da hidrovia de comprimento máximo de 140 metros e boca de 11 metros.
O novo conceito de comboio projetado deverá ser do tipo 2x4 (duas colunas de quatro balsas), nas quais as balsas de proa serão auto propelidas e com 80m de comprimento e 11m de boca, enquanto todas as outras serão do padrão Tietê [2], com 60m de comprimento e 11m de boca. Empurradas por uma embarcação de no máximo 20m de comprimento, este arranjo permitirá que um grande comboio seja formado, criando ganho em escala, mas ao mesmo tempo flexível o bastante para transpor obras de arte ao longo da hidrovia, como eclusas e pontes.
A concepção de transmissão do empurrador é um fator determinante também para a propulsão, implicando diretamente em diversas áreas do empurrador. A concepção de transmissão mecânica, hidráulica e diesel elétrica foram consideradas. A primeira por ser mais tradicional e de menor custo parece ser a solução óbvia, entretanto não tem flexibilidade em relação ao posicionamento dos motores principais e não oferece redundância, ou seja, no caso de pane de um dos motores, um dos propulsores será imediatamente inutilizado. A transmissão hidráulica tem aplicação extensa nas hidrovias norte-americanas por ser muito simples, flexibilizando o arranjo da PM, e permitindo uma resposta muito rápida ao comando. Entretanto o alto nível de ruídos e a baixa eficiência do sistema, com grandes perdas tornam essa solução não aplicável ao problema proposto. Foi então selecionado o conceito de transmissão diesel elétrica como base para o desenvolvimento do projeto do sistema propulsivo, pois apesar de onerar em equipamentos mais caros, é permitido posicionamento livre do grupo gerador, disponibilizando maior espaço no arranjo da mesma, além de possibilitar redundância (ambos propulsores funcionando mesmo em caso de pane de um motor, apesar de ser em meia carga) e redução de consumo de combustível por operação do grupo gerador em regime constante.



“A utilização de balsas padrão Tietê permitirá a aquisição de balsas já disponíveis na hidrovia, assim como uma maior padronização da frota. Já a criação das balsas auto propelidas de 80m tem como objetivo permitir que as eclusagens fossem realizadas em tempo reduzido, ao tornar desnecessário o apoio de empurrador para manobrá-las pelas eclusas, o que resulta também em ganho de espaço de carga. A sua propulsão além de auxiliar na manobra em eclusagens, permitirá também auxilio em trechos de curvaturas acentuadas, situações de emergência e manobras de passagens por pontes, aumentando a manobrabilidade do comboio e reduzindo chances de acidentes.”



Pesquisa:
http://www.oceanica.ufrj.br/

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